MORUNGABA

Estrela ou Churrasco?

Da redação:
É incrível como muitas pessoas têm o péssimo hábito de não saber das coisas, e defendem, como se fossem as profissionais da razão.
Me lembro de pessoas dizendo que odeiam jiló, mas nunca provaram…
O papel da imprensa, pelo menos o meu, é publicar a verdade. Espero que novamente com esta matéria possamos abrir mentes que continuam com o propósito da ignorância e levando outras mentes não pensantes para o mesmo caminho.
Há muito tempo não existe “amarrar saco”, “esporas que cortam” e muito menos maus tratos.
Estou sempre presente em fazendas e acompanho uma boa parte dos animais, que fazem parte do mundo dos RODEIOS. Quem conhece o Jornal Corujão sabe do nosso trabalho com relação a proteção dos animais e o quanto levamos a sério.
Mas não somos acumuladores de bichos, não abrigamos 50 vidas no mesmo espaço, com brigas de líderes e mortes, não dizemos para os cães que acabou a ração. Para nós quem resgata cuida, protege e assume.
  Infelizmente o grupo que se intitula PROTETORES DE ANIMAIS, perderam o propósito e o respeito, do que realmente é proteção.
O Esporte mais perigoso do mundo
Vamos esclarecer alguns pontos:
Todos os animais que fazem parte do mundo dos RODEIOS, ou não, são tratados com liberdade, tendo um pasto onde só é permitido 3 cabeças, no caso de boi, por cada alqueire de terra, além do pasto, recebem quirela de milho, aveia, veterinários e todos os cuidados que muitos nem imaginam.
Quando um Touro é convidado para o RODEIO, o veterinário que organiza o evento, junto ao dono e representante dos direitos e defesa animal, acompanha o transporte desde a fazenda ao ressinto da festa, cal é colocado na rampa para que ele não escorregue na chegada. A felicidade no brilho dele só vê quem conhece o touro e tem bom senso.
No rodeio, o touro desafia o peão e não o contrário;
Esses animais são as estrelas, são valiosos e não sofrem maus tratos;
O touro que nasceu para pular, não vira churrasco como todos os outros, pois são especiais para seus donos, principalmente pelo lucro que geram quando vencem uma competição;
Um touro de rodeio pesa de 800 a 900 kg, enquanto o peão pesa em média 80 kg;
O sedém, que é colocado na virilha do touro, e que os ignorantes acham que amarra o saco, nada mais é do que uma cinta feita de lã ou algodão, que não apertam nada e cuidadosamente colocada em um local de sensibilidade, posso dizer até sexual, onde o animal pula porque a sensação que ele tem é de prazer e cocegas. Isso já comprovado por pesquisas e veterinários renomados.
A espora é uma ferramenta de ferro acoplada às botas. O objetivo dela é manter os peões firmes em cima do animal, não ferem, não cortam e o objetivo é apenas dar equilíbrio ao peão.
O Rodeio, ou festa do peão como são intituladas, geram empregos, aquecem a economia da cidade, lotam hotéis e pousadas, fazem parte da história, da cultura e a maioria que diz odiar a festa, sendo comerciantes, vendem mais. Então fica a dica, quando desdenhar.
Estamos perdendo tantas tradições. Antigamente as pessoas assistiam o RODEIO com o propósito de torcer para o touro ou para o peão, ver o treinamento da amazona e a desenvoltura do cavalo, e hoje tudo que importa é o show de cantores. Este é outro tema que deve ser refletido para que a verdadeira história não se perca desta nova geração sem fronteiras.
Pesquisas históricas
Para aqueles que torcem o nariz contra os “Rodeios”, sugerimos que assistam o filme “8 segundos”. Nele você vai conhecer a história trágica de Lane Frost, um rapaz de Oklahoma que chegou à fama como campeão de rodeio profissional na década de 1980.
O filme foi lançado em 25 de fevereiro de 1994 (EUA), sob a direção de John G. Avildsen, tendo o roteiro de Monte Merrick, cuja bilheteria rendeu cerca de 19,62 milhões de dólares.
Lane Frost
Lane Frost nasceu no dia 12 de outubro de 1963, em La Junta, no estado do Colorado, nos Estados Unidos. A paixão pela montaria veio desde menino e de herança. Os pais não o encorajavam a montar em touros.
No desafio dos campeões John Growney e Lane Frost combinaram o que seria o maior evento do rodeio naquela época. O peão campeão enfrentaria o touro vencedor em 7 montarias. Lane viu várias fitas de rodeios anteriores para estudar seu adversário e após duas tentativas, finalmente derrotou o grande touro pela primeira vez na noite de 20 de maio de 1988, na Califórnia.
Despedida
Um ano depois aconteceu a considerada mais trágica montaria da história dos rodeios.
Lane buscava o bicampeonato mundial, participou de todos os eventos de rodeio. E no de Chayenne, um dos mais importantes, sorteou o touro Taking Care of Business, no qual já havia montado.
Foi uma das mais lindas cenas do rodeio na época. O touro rodava alto e Lane Frost deu um show de técnica, após os oito segundos o peão pulou do touro e para a surpresa de todos o bicho deu meia volta e atingiu Lane.
O animal deu uma única cabeçada em Lane. A chifrada o atingiu no tórax. Ele pediu ajuda, mas em poucos segundos caiu na arena. Os paramédicos tentaram reanimá-lo, mas o touro atingiu uma de suas costelas que perfurou uma artéria e ele não resistiu. Após a morte de Frost, o proprietário do touro Red Rock decidiu, em honra e homenagem ao jovem campeão, que ninguém mais montaria no animal lendário, e o Touro foi aposentado, seguindo sua vida com todo o conforto.
Três Tambores
Esta modalidade exige sincronia perfeita entre o cavalo, amazona ou cavaleiro, que também permite a participação de crianças, jovens, amadores, adultos e profissionais, sendo uma das preferidas nos rodeios.
A prova teve início na década de 40, no Texas, Estados Unidos, mais precisamente em 1948, onde ocorreu a primeira prova e garantiu a participação das mulheres em rodeios.
No Brasil, a modalidade foi introduzida pela Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha – ABQM, tanto que em 3 de outubro de 2003, a modalidade ganhou uma associação representativa nos rodeios, a Associação Nacional dos Três Tambores – ANTT.
A ANTT, tem sua diretoria composta por mulheres e foi fundada exatamente para valorizar a modalidade e buscar melhores condições junto às organizações das provas e rodeios.
Três Tambores pertencem a elas
A competidora que mais teve obteve títulos entre os anos de 1964 e 2009, foi Martha Josey, ela conquistou prêmios na National Finals Rodeo, da Professional Rodeo Cowboys Association, eventos da National Barrel Horse Association, campeonatos mundiais da AQHA e da WPRA, e o título mundial da NBHA, isso em cinco décadas de competições.
O Brasil também tem campeãs nos Três Tambores, em 2021 na Festa de Barretos, Ana Carolina Cardozo, conquistou o tricampeonato, sendo campeã em 2016, 2019 e 2021. Na categoria mirim, a competidora de 10 anos, Clara Gonçalves Silva, também garantiu o título.
Resgate do Cutiano
Modalidade cutiano é patrimônio histórico cultural.
Trata-se de um estilo de montaria que possui intensa ligação com a vida no campo, na montaria em cavalos bravos e nasceu da necessidade dos peões em amansar cavalos xucros enquanto guiavam comitivas de um ponto a outro do país.
Heartland
Uma série na Netflix baseada nos livros Heartland de Lauren Brooke.
Heartland é um drama familiar que segue as irmãs Amy e Lou Fleming, juntamente com seu avô Jack Bartlett, conta os altos e baixos da vida em um rancho de cavalos, mostra claramente a relação de confiança e amizade com cada animal.
Em caso de dúvidas com relação a matéria acima publicada, o JC está de portas abertas para apresentar o mundo dos RODEIOS, os cuidados com os animais e a visita em fazendas, com entrevistas,  organizações e veterinários.
Fica o convite.

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