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SEGUNDO ATO – PRETOS – A PELE QUE EU HABITO

Se soubesse que o mundo se acaba amanhã, eu ainda hoje plantaria uma árvore

Martin Luther King.

 

Drama, Curta Metragem: Pretos “A Pele Que Eu Habito”

 

Sábado dia 24 de fevereiro, foi o segundo dia de gravações do Curta Metragem da cineasta Ivone Damaris Antunes.

Lembrando que o projeto tem fomento da Lei Paulo Gustavo, em parceira com o Governo, a Prefeitura de Itatiba e a Secretária de Cultura e Turismo de Itatiba.

Participar de um set de filmagens é sempre contagiante, este projeto é ímpar em todos os sentidos, a começar por se tratar de um projeto sociocultural, então todos entenderam a importância deste filme, e uniram forças e se ajudaram mutualmente.

Um projeto desta magnitude não seria possível sem parcerias maravilhosas; agradecemos a Carol que gentilmente saiu de sua casa e a cerceou a equipe de produção para que fosse possível fazer as filmagens. O dia de gravações começou às 8h30, na casa da Carol, num sítio, que fica depois do bairro Jardim das Nações, perto da antiga Granjas Mara.

Os atores que participam deste filme são todos iniciantes, com exceção do casal Elaine Munhoz e Luciano Rodriguez, que são atores há muitos anos e sempre colaboram com os projetos audiovisuais dos cineastas da cidade.  As crianças do núcleo, estavam ansiosas, porque não sabiam suas cenas e falas. Nos bastidores foi aquela festa, e as crianças ficaram doidas pra acompanhar cada cena gravada, tendo que muitas vezes serem controladas pelo diretor Flávio Patutta, que com jeitinho soube conduzir a equipe de atores e figurantes, extraindo deles o seu melhor para cada cena, no fim, todos conseguiram realizar as cenas, quase a perfeição, um grande feito pra atores iniciantes.

Descontruindo o paradigma do homem agressor, o filme traz uma mulher no papel de mãe e vilã, representada pela doce e carismática Fernanda Matias, que precisou de um estímulo externo pra se tornar a vilã que o filme precisava. Ficamos com dó da Sophia Alcantara, a maior vítima do filme, que representou a protagonista Inaiê, em uma das fases da sua infância, o filme traz várias outras Inaiês.

Mas, quem roubou a cena mesmo, foi um imponente Landau, branco de 1979, emprestado pelo gentil Osvaldo Nikonovas, presidente do Clube dos Carros Antigos de Itatiba, que não conseguiu ficar de fora e foi recrutado de última hora pra fazer figuração no filme.

O filme trás vários questionamentos, sobre cultura, violência, religião, e nosso querido Hans, interpretou um vilão – o pastor que é chamado para exorcizar a protagonista Inaiê, também interpretada pela Sophia Alcantara, porque ela gostava de ler; essa cena promete, a ideia é incomodar os expectadores, mas, não vamos dar espolieis…

Como é um drama, tem que ter sofrimento, e nossa meiga e gentil Sophia, na pele da protagonista criança, vai sofrer ainda mais horrores nas mãos da sua mãe, que a pega escrevendo escondida e lhe dá uma surra de chicote, Ops! Estamos dando espolieis.

Durante as gravações aconteceu de um tudo, começando com as formigas que invadiram a toalha de pic-nic, onde estavam os alimentos destinados a toda a equipe, e também quiseram fazer uma boquinha, sem perceber, eu Valéria fiquei no meio do caminho delas e, elas não tiveram dó, afinal eu estava bem no meio do caminho delas até a comida.

Nossa outra atriz Sophie Zacarias, que também representaria a protagonista Inaiê, em outra fase, não foi poupada, agora pelos insetos; uma abelha achou seus lábios doces e lhe deu um beijo, e lá ficou nossa atriz com os lábios inchados, contudo ela não desistiu de fazer sua cena.

As crianças que participaram de algumas cenas de violência, saíam rindo, levando tudo na brincadeira; porém um menino desavisado que, entrou de penetra numa cena, e não sabia o que estava acontecendo, paralisou, na hora de uma discussão entre o pai e a mãe da protagonista, e tocou a equipe parar a cena pra acudir o menino que estava em choque, todavia, ele não largou a laranja que estava chupando.

Depois as galinhas também descobriram a toalha de pic-nic e ávidas se puseram a roubar a comida da equipe e, foi um Deus nos acuda pra salvar o que sobrou.

De risadas a chicotadas, teve até uma cena de uma história de terror contada à luz de uma lamparina de óleo, feita pela produtora Damaris, que é pau pra toda obra.

As cenas cômicas e dramáticas foram dignas deste excelente elenco que atua pela primeira vez.

Embora todos já estivessem cansados, a equipe juntamente com os atores, se deslocaram até a Fazenda Pereiras, gratidão a Fernanda, que nos autorizou a fazer as gravações lá, e o Landau imponente brilhou de novo, e as crianças brincaram de ciranda de roda e de pic esconde, daí São Pedro entendendo a canseira de todos, resolveu abrir o céu e mandar chuva, aí não teve jeito, foi guardar os equipamentos, ir embora e descansar pro dia seguinte de gravação, que aconteceu numa fazenda mágica e misteriosa.

Fazer um filme é lidar com muitas variantes e só uma equipe muito sincronizada e entrosada consegue se ajudar e vencer os desafios para fazer um projeto acontecer e nós estamos fazendo isso.

 

Matéria: Ivone Damaris Antunes Cineasta e fotógrafa/Valeria Belgini jornalista MTB 49.752 Sp

 

 

 

 

 

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