Cidadãos Centenários de Itatiba recebem homenagem no Museu Municipal
Prefeitura entregou dois títulos em vida: a Antônio Fasoli e Maria de Lourdes Lopes Ferrari, além de outros nove in memorian

A Prefeitura de Itatiba realizou na noite da última sexta-feira (09/05) a entrega de Título de Cidadão Centenário a 11 pessoas que chegaram ou ultrapassaram a marca longeva dos 100 anos de idade. Dois deles foram homenageados em vida pelas mãos do prefeito Thomás Capeletto de Oliveira.
São eles o sr. Antônio Fasoli, que completará 101 anos no próximo dia 29, e Maria de Lourdes Lopes Ferrari, que completou 102 anos de idade em março. Cada um deles teve sua trajetória apresentada no evento e recebeu uma placa comemorativa. Abaixo, um pouco mais sobre a história de vida de cada um deles.
Dentre as autoridades presentes nesta entrega especial, destaca-se o secretário de Obras e Serviços Públicos, Adilson Franco Penteado, que quando prefeito, em 17/09/1998, foi autor da Lei Municipal nº 3.052 que criou a concessão deste título aos que completarem 100 anos de idade em Itatiba.
A noite de homenagem foi realizada no Museu Histórico Municipal Padre Francisco de Paula Lima, na Praça da Bandeira, lotado pelos familiares dos homenageados, celebrando também marco recentemente alcançado: as 500 mil visitas do espaço inaugurado em dezembro de 1996.
Também presentes no evento de entrega do Título de Cidadãos Centenários os familiares de nove homenageados in memorian: Angela Paroli Polessi, Anna Giaretta Pretti, Antonietta Catharina Maggi Rossi, Antonio Bicharelli, Armando Costa, Kiyo Hatanaka, Luiza Loschi Vicenzi, Nilsa Rela Ribas e Oswaldo Tescarollo. Todos os nomes homenageados na ocasião constam em placa colocada no mural de homenagens no jardim interno do Museu Padre Lima.
Cidadãos Centenários 2025 homenageados pessoalmente
Antonio Fasoli nasceu em Itatiba em 29/05/1924, filho de Zulmira Marques de Castro Fasoli e Silvio Fasoli, que foi funcionário público e prefeito de Itatiba por três ocasiões. É irmão de Maria Luiza Fasoli. Os avós paternos, Giulio Fasolo e Elisa Dian Fasolo, foram imigrantes italianos de Pádua e chegaram no Porto de Santos em 1892, com destino ao Distrito de Conceição de Barra Mansa, atual Morungaba. O primeiro emprego foi em 1944, como praticante de escritório no Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda – DIP e em 1946 foi promovido a escriturário-padrão. Em 1951 formou-se em Direito pela PUC-São Paulo, tendo sido aluno de André Franco Montoro que anos depois, já como governador, autorizou aumento salarial aos policiais civis. Ao seguinte, foi nomeado delegado de polícia interino, através do 2º Concurso de Delegados de Carreira, e a primeira atuação foi em Angatuba. Casou-se em 1958, no Santuário de Aparecida, com a itatibense Lucia Louzã de Oliveira Fasoli (1934) e não tiveram filhos. Lucia dirigia, mas Antonio nem quis aprender; preferia caminhada ou o bonde. Em 1964, quando assistente do secretário de Segurança Pública, ficou retido por uma semana na base dos militares da Aeronáutica por causa do Golpe Militar e chegou a fazer inspeção de segurança em um palanque que recebeu o general Castelo Branco. O último trabalho foi no gabinete do secretário de Segurança Pública do Estado, até se aposentar, como classe especial, em 16/12/1981.
Maria de Lourdes Lopes Ferrari nasceu em Itatiba, no Jardim De Lucca, em 23/03/1923. Primogênita da itatibense Antonia Berti e do mineiro Fernando Lopes, viveu afeiçoada à irmã mais nova, Hygina, e aos irmãos, Sebastião, Denice e Carlos. De família católica, conheceu Walter Ferrari, da Congregação Mariana da Paróquia de N.Sra. do Belém, com quem foi casada por 15 anos, até o falecimento precoce dele em 1965. O casal não teve filhos. Em 1975, outro falecimento precoce, da cunhada Francisca. Adotou seus sete sobrinhos itatibenses como seus. Na companhia deles, fez diversas viagens pelo Brasil e exterior. Concluiu o primário no Grupo Escolar Cel. Júlio César e aos 14 anos ingressou como tecelã na Têxtil Brasileira, depois Pabreu, onde se aposentou após 30 anos. Após aposentar-se, fazia doces para casamentos, especializando-se nas tradicionais balas de côco e nos “indefectíveis” bolos confeitados dos noivos. Sempre curiosa e interessada, leu muitos livros e jornais, devido à amizade com vizinho assinante, e manteve o hábito por toda a vida. Também foi catequista por 28 anos. Atualmente, vive no Centro de Itatiba com Sebastião, irmão viúvo, rodeada e cuidada pelos sobrinhos, sobrinhos-netos e sobrinhos-bisnetos que carregam, pelo exemplo, sua herança de princípios dos melhores filhos e bons cidadãos.
Cidadãos Centenários 2025 homenageados in memorian
Angela Paroli Polessi – Nascida em Itatiba em 13 agosto de 1889, viveu sua longa vida no Bairro da Ponte, na chácara da família, que produzia frutas. Dona Angelina, como era conhecida, foi casada com Angelo Polessi, imigrante italiano radicado em Itatiba, em 1909, união que deu origem à sua grande família: foi mãe de dez filhos e deles descendem netos, bisnetos, tataranetos e até uma pentaneta. Benzedeira e católica devotada, teve uma vida de amor e cuidado ao próximo. Faleceu aos 101 anos em 26 de maio de 1991 em Itatiba.
Anna Giaretta Pretti – Nascida no Bairro da Ponte em Itatiba, em 29 de setembro de 1911. Casou-se em 1935 com João Pretti, e desta união, nasceram cinco filhos. Teve 6 netos e 11 bisnetos. Sempre dedicada à família, foi costureira e foi proprietária, juntamente com o marido, de um comércio de eletrodomésticos. Faleceu em 13 de janeiro de 2012, aos 100 anos de idade, deixando grande exemplo de vida.
Antonietta Catharina Maggi Rossi – Nascida em Itatiba aos 30 de maio de 1909, em 1928 casou-se com Ermelindo Antonio Rossi, mudando-se para a fazenda da família, no bairro Mombuca, onde montou uma escolinha para ensinar os filhos dos colonos e crianças das redondezas. Teve um filho, cinco netos e sete bisnetos. Faleceu em 13 de novembro de 2009, deixando 4 netos e 7 bisnetos. Até o final de seus dias, fazia barrados em crochê para a Rede Feminina de Combate ao Câncer, deixando claro seu propósito de ajudar o próximo.
Antonio Bicharelli – Nasceu em Morungaba e 1o. de agosto de 1918, vindo cedo para Itatiba, passando a maior parte dos dias no campo. Mais velho, mudou-se para Franco de Rocha, onde constituiu família, tendo trabalhado 35 anos no Hospital Psiquiátrico do Juqueri. No final da década de 1990, retomou para Itatiba. Faleceu em 19 de junho de 2019, prestes a completar seu 101 aniversário, deixando filhos, netos, bisnetos e tataranetos.
Armando Costa – Nasceu em Itatiba, aos 23 de novembro de 1920 no bairro Tapera Grande. Em 1944 casou-se com Izaura Fagundes Costa, com quem teve quatro filhos. Trabalhou a vida toda na lavoura de uva e café, maçã, laranja, banana além do cultivo e transporte de madeira e de pedras entre Itatiba – Jundiaí. Trabalhava em regime familiar junto da esposa e das filhas.Em junho de 2022, cumpriu seu legado de trabalho deixando saudades.
Kiyo Hatanaka – Imigrante japonesa, Kiyo Hatanaka nasceu em 26 de janeiro de 1909, na província de Kumamoto. Sua história no Brasil começou em 1931, aos 22 anos de idade, quando desembarcou no porto de Santos. Veio com o marido, Toyoki Hatanaka, com quem se casou no Japão e teve sete filhos, chegando à Itatiba em fevereiro de 1957, para trabalhar na agricultura. Arrendaram terras para cultivo do tomate e, mais tarde, plantações de batatas, em que dedicou sua vida até a aposentadoria, nos anos 1970.
Luiza Loschi Vicenzi – Nascida em 27 de julho de 1919 em Morungaba, descendente de italianos. Veio ainda criança para Itatiba. Casou-se com José Vicenzi e teve quatro filhos, 6 netos e 9 bisnetos. Faleceu em 31 de janeiro de 2022, com 102 anos. Era a matriarca da família, católica e fazia questão de que todos se reunissem em sua casa, aos fins de semana, para tomar o famoso café da tarde na Vila Bela Vista.
Nilsa Rela Ribas – Natural de Itatiba, nascida aos 26 de junho de 1916 num casarão da Rua Campos Sales, Nilsa Rela Ribas, mais conhecida como Nilce, se casou com José Martins Ribas, união que resultou no nascimento de uma única filha. Após temporada morando em Campinas, onde tinha um pensionato para universitários, voltou a residir em Itatiba no ano de 2006. Faleceu em 01 de junho de 2020, dias antes de completar 104 anos.
Oswaldo Tescarollo – Nascido em 15.01.1923 no bairro da ponte, onde trabalhava na agricultura, cultivando uva e figo, posteriormente migrando para a região do Moinho dos Denoni e Vila São Caetano, sem deixar a lavoura, e ainda produzindo cestas artesanais. Se casou em 1947 com Angelina Denoni, numa união da qual nasceram quatro filhos, 08 netos e 05 bisnetos . Faleceu em 25 de agosto de 2023, aos exatos bem vividos 100 anos.
Crédito: Renato Jr/PMI
Coordenadora de Gabinete e Assuntos Estratégicos